quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Um monólogo então...

Um monólogo então...

- Eu sei! Eu deveria me sentir feliz... Casei-me depois de um longo relacionamento a distância, agora é real, carnal e não só espiritual... Eu e meu amor enfim juntos... Mas algo ainda me falta, tenho o que é difícil pra muitos, uma profissão, mas eu não sei o que fazer com ela...  Vejo oportunidades, mas ainda não me foi oferecida nenhuma... Talvez eu devesse eu mesma me oferecer, afinal, eu ainda sou tão nova...
Pausa grande para reflexão...
(Com um pouco de desespero na fala)
- Mas o que é que eu estou esperando?
(Resposta ativa, em tom áspero)
- Que meu coração pare de bater para que eu descubra que ele vem batendo diariamente em perfeita harmonia e que só então eu me descubra viva?
- O que é então a felicidade? (Pausa pequena para reflexão)
- Se para muitos a felicidade é um casamento, uma profissão, o que é pra mim então? (Mais uma pausa para reflexão)
Eu me envergonho de não reconhecer em mim o melhor de mim mesma, de não me perceber viva enquanto estou viva, do quanto eu posso fazer ser, e ser... Ser o que sou, ser o que eu me fizer ser, e então entender que sou a felicidade sem saber...
(Pausa para reflexão)
- Já sei! Vou ser então! (E sai de cena)


Texto baseado no bate papo com Suelen Mariucci em 25 de outubro de 2011 na Oficina Literária da Biblioteca Pública do Paraná.

Um comentário:

Marinez Gentil Frada disse...

Um monólogo dialogado. Um diálogo do "eu lírico" com o mesmo "eu lírico.". Na verdade, um Monólogo. Diálogo do eu para si mesmo. E o tema o coração que bate a sustentar a vida. Se não batesse...outra vida surgiria.Será? Mas bate e há vida agora. Ainda que seja uma caminhadura essa vida. Ser ou não ser!? Existir ou não Existir. Viver. Temática complexa.