domingo, 2 de maio de 2010

Sobre Sören Kierkegaard e eu.




Se Sören fosse vivo, estaria completando 197 anos... no dia 5 de maio de 2010, mas, talvez ele esteja vivo, e com apenas 40 anos, e um ligeiro medo que cerca os 42 anos, que seria em 2012. idade a qual Sören morreu... Em 2 de outubro de 1855, Sören caiu e então ficou paralítico morrendo 40 dias depois no dia 11/11 de 1855... mas em um mesmo 2 de outubro, eu nasci, para quem sabe continuar uma caminhada interrompida por um medo de amar...

Quando eu escrevia “Detalhes” eu não entendia o que me ocorria, e então durante a terapia, (muitas sessões conto no livro), fui desvendando, retirando os véus que nos esconde de nós mesmo, e de primeiro instante foi a raiva que se destacou, a raiva pela invasão de Sören em mim, e eu o odiei por muito tempo até que conheci o perdão e o amor incondicional, aprendi a amar incondicionalmente, sua alma era visível e nítida refletida no meu espelho, seus medos, os mesmos medos que os meus, e então fui percebendo cada vez mais que não era ele me invadindo e sim eu abrindo mão do meu ser para que partes de mim se mostrasse visível, e então vi meus defeitos e minha incapacidade de amar em uma outra vida, comecei a me enxergar melhor, e cada vez mais fui me percebendo, como se eu estivesse ignorando o meu melhor, pois sempre o nosso melhor, é o presente, para permitir partes esquecidas, passadas, superadas, mas que até então, eu não tinha consciência nem das partes de mim e menos ainda da superação, e então compreendi a unificação das almas, em amor, em amor incondicional. E então, deixei de odiar Sören, e permiti a Sônia vivenciar o amor, e eu, o meu Eu superior, que é a soma de Sören com a Sônia e todas as suas outras partes que ainda desconheço, mas que fazem parte de Deus, Deus este que é puro amor. E então no espelho, a imagem que eu agora vejo, é de Sônia, de uma Sônia mais consciência, e consciente também de sua ainda inconsciência, e em esperança.

Impossível negar a emoção dessas lembranças, das visões, dos sinos na igreja, a emoção de cenas não reveladas no livro, que um dia, ainda revelarei, primeiro passo é compreender um passado ao qual condenei ser cruel, cruel um sedutor incapaz de amar, mas que por amor, não desistiu de se descobrir.

Então, “Detalhes” Diálogo com o espírito Sören Kierkegaard, eu diria uma agenda da loucura e da sanidade, o encontro do passado com o presente preparando um futuro em amor. 

A visão do funeral, ainda impossível de se lembrar sem chorar, o som dos sinos, ainda dispara meu coração, mas... compreendo.

4 comentários:

KDannie... disse...

E é essa compreensão que a aproxima cada vez mais do amor!

KDannie... disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
marinezgentilfrada disse...

Soren e Sônia, dois personagens de um livro, "Detalhes". Livro em que a autora Sônia experiencia um contato íntimo com Soren. E no livro tal contato vai se mostrando num monólogo angustiante e doloroso. Este texto que se refere ao livro Detalhe nos mostra uma autora segura do seu trabalho: criar!

Unknown disse...

O texto refere-se ao livro "Detalhes" em que a autora num longo monólogo(Sônia/Soren) vai revelando sua busca de uma identidade difícil de ser encontrada. Relata sua angustiante e dolorosa experiência nesta busca que invade outras vidas, outro século, outra cultura. Nada a detém nesta procura obsessiva e angustiante. Neste texto, a paz parece ter sido encontrada e ela busca novos desafios nesse autoconhecimento que não conhece barreira do tempo e do espaço.