sexta-feira, 23 de abril de 2010

Poeticamente... sobre o tempo.


O frio endurecendo as mãos,
Que geladas se perdem entre si,
Geladas noites que o embaçado da janela
Nem permite enxergar...
E o sol se opõe em vir aquecer,
Como quem não quer se envolver,
E as escondidas se aquece,
Ignorando as flores, ignorando a vida...
Mas, contudo, um dia se verá sozinho,
Entenderá que sem a flor não há o perfume,
E sem o sol não haverá a vida,
Que vazia se congela perdida no tempo.

Sônia Vianna Landeo

O dia sem tempo


Aquela menina na esquina
Vigiando o ponto de ônibus
Não sabe da lua à distância
Nem do sol seu poder...

Todo dia, dia-dia
A menina parada no ponto
E o ônibus a esperar,
Pobre menina, o ônibus não virá!

Seu coração disparado
E o medo aumentando
E junto o cair da noite
E a menina permanece na esquina.

O que tanto ela está a esperar?
E a noite chegando para agoniar,
Pobre menina no frio da noite
Ficará a esperar?

As horas passam, vão e vão
E ninguém a contar...
Quanto tempo ainda passará
Sem ninguém a contar?

Mais um dia se foi,
E a noite voltou a dominar
O que ainda faz a pobre menina a esperar?
E o tempo, nem há o que contar...

Sônia Vianna Landeo