domingo, 10 de outubro de 2010

Pés descalços


Pés descalços em folhas secas,
E um silêncio em pensamento...
As folhas se quebram entre os passos,
E um descaso, ou um descanso em pensamento...
E o que se vê além do momento,
É um vento frio e seco espalhando as folhas secas..
Quem será?
Que com seu passo e em silêncio, sereno e ausente,
Passa pisando pelas folhas secas...
Sua roupa branca voando ao vento,
Como se fosse um imenso vestido, um manto?
Deus! Seria Deus?
Zeus?
Meus pensamentos...
Meu momento, meu desejo, meu tormento...
E os pássaros parecem o perceber,
E começam o envolver em seu canto, um encanto, um anjo?
Anjo meu, anjo seu, anjo mau?
Um sábio, um mestre, um mentor, ou um sofredor...
Ou tudo isso, e nada disso?
Um pai, um amigo, um querido, anjo bom?
Que anjo mau e bom, que com seus passos encantam,
Em silêncio ao som dos pássaros que os acompanham,
Voando alto e perto do céu, ao chão...
Anjo, anjo meu, anjo amigo, anjo querido, onde está você?
Anjo lindo, sua luz iluminou todas as folhas que mortas estalavam brindando...
Fazendo dos seus passos um caminho a seguir.
E seu manto branco, como um rastro desenhava entre as folhas,
Sua trilha... que com pedrinhas brancas decorava.

Um comentário:

marinezgentilfrada disse...

Qualquer observação da natureza é motivo para o poema nascer completo, inteiro e a presença do pai uma realidade. Presença que está no poema,está em todos os lugares, presença que está dentro da poeta a criar belos poemas como este Pés Descalso.