sábado, 3 de maio de 2008

O tempo


O tempo



Nada de tempo, vou escrever o meu momento...
(Dizem que sou poeta que acredita no amor,)
E neste momento incomparável, desesperador, inesquecível, insuportável
Ou suportável, pois aqui estou em sofrimento, muito sofrimento...

Nem sei mais como escrever, quando escrevo...
Meus pensamentos se perdem, nem penso, ou nem me concentro,
Ou me esqueço, nem sei do que esqueço!
Mas sinto medo, às vezes nem mais medo eu tenho
É como se eu não mais sentisse nada
Ou sentisse uma grande e infinita tristeza que invade meu ser
E me vejo no automático, agindo sem saber, sem vontade
Sem nem perceber, se é que estou agindo, pois
Me sinto inativo, desativado!
queria tanto ter meu raciocínio de volta, uma mente sã...
voltar a ser eu mesmo, se é que sou diferente do que sou agora...
será que sou melhor do que esse baú de tristeza?

Que prepotencia a minha em acreditar que eu não sou o que sou,
Puro orgulho em acreditar que sou melhor do que sou,
Eu sou o que sou, eu sou!
Sou o que permito ser e se me sinto triste... é porque assim sou,
Assim permito ser, assim sou, eu sou!

Com um pouco de clareza, me envergonho do que sou,
E não desejo mais ser, nem mais viver... o que?
E quem me condenar por esse desejo insano, de não mais ser,
Que seja minha vida, que viva minha vida, inativo...

Nem sei mais o que escrevo, não me lembro...
Eu sei que estas palavras se perderão ao tempo,
Carregadas pelo vento, além do tempo... pelo tempo
Carregando o tormento do esquecimento,
Do que? Nem lembro...
Esse meu momento... ser humano.

Sônia Vianna Landeo

Um comentário:

marinez gentil frada disse...

Conflitos interiores revelam este texto. Conflitos expostos como uma ferida na alma. Ferida que dói e não cicatriza. Texto confessional em que a emoção explode em todas as direções.