quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

Doença da Alma





Por vezes a febre volta
E me lembro da incurável doença da minha alma,
Os calafrios, as dores,
A tensão e a desatenção.
Amaldiçôo seu viver,
Abençôo o seu viver,
Em contradição...
Nem sei o que fazer.
As vistas turvam,
O horizonte desaparece,
E a noite cai,
Em pleno dia...
E o desejo de dormir e não mais sonhar,
E se sonhar não mais acordar,
E de lá não mais voltar,
Ou não mais voltar a viver...
Pode parecer poético,
Mas nem é ético esse domínio,
Esse poder, esse amor e ódio
Que fere minha alma...
E não há remédio,
Pois nem mesmo o tempo pode curar,
Já que não há tempo nesse lugar,
A alma é ser e estar, em qualquer lugar...
Sem tempo,
Sem julgamento,
E sem entendimento,
Nem sei o que dizer...
E a alma ferida e imortal, sem cura em tortura,
Sem nem saber o que fazer,
Nem o que dizer...

Sônia Vianna Landeo

7 comentários:

Mary Joe disse...

Nossa, que lindo Sonia. Tocante e pungente.
Você foi brilhante amiga querida.
Adorei.
Beijokas
Mary

Unknown disse...

Belo poema, Sônia! Emoção pura!

Unknown disse...

Belo poema, Sônia! Emoção e sensibilidade!

Anônimo disse...

o poema é doença, foi, será muitas vezes. Vou ler mais, me emocionei!Iramaia Gentil

revista leitura e critica. disse...

...é poético sim.. também é doentio como Florbela, ou como Pessoa... a poesia que como a filosofia vem à tona em todo texto culto viceral. E no mesmo contexto reside a alma, o ser humano, sem compreensão cabal de sua existencialidade. abraço. Evan do Carmo

revista leitura e critica. disse...

...é poético sim.. também é doentio como Florbela, ou como Pessoa... a poesia que como a filosofia vem à tona em todo texto culto viceral. E no mesmo contexto reside a alma, o ser humano, sem compreensão cabal de sua existencialidade. abraço. Evan do Carmo

Crislaine disse...

Muito bonito esse poema!muito inspirador